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Gosto de escrever pois a sensação de liberdade quando o faço é indescritível. Escrevo o que sinto, o que penso, o que gostaria que acontecesse. Isto significa que os meus textos são imaginados, contudo, possuindo o seu quê de verdade. I hope that you like it**

terça-feira, 26 de maio de 2009

Pedido de Ajuda!!




Estado constante de apatia. Era assim que João se encontrava. Constante APATIA... Ia vivendo a sua vida, fazendo as suas coisas, mas sem qualquer alegria, sem qualquer entusiasmo. Viver por viver... Não será melhor dizer sobreviver?! Pois bem, João ia sobrevivendo. Não era como nos livros, onde se relata apenas que a personagem tal estava numa tristeza profunda e, ao virarmos umas quantas páginas, essa mesma personagem já se encontra a dar pulos de contente, porque já tinha passado uma "carrada" de meses. Aquilo era a vida real!! Para João, o presente era apenas mais um dia e o futuro nem existia... O passado, bem, o passado, esse, encontrava-se bem apresentado, de fato e gravata. Se bem que, segundo João, um pano na cabeça e um machado nas mãos, lhe ficassem melhor!! Pela perspectiva deste rapaz, o passado era mais um carrasco, ou algo do género.
Pobre João. Não queria pedir ajuda e ninguém percebia que ele necessitava dela urgentemente. Porque se encontrava naquele estado?! Aparentemente, não tinha razões!!
Então, porquê?! Esta pergunta passava-lhe pela cabeça, vezes e vezes sem conta. Seria culpa do espírito fraco que tinha?? Todos lhe diziam que era um miúdo lutador e com uma força incrível. Seria mesmo assim??
Estava cansado.... Não só fisicamente, pois nunca parava, andava sempre de um lado para o outro; psicologicamente, já não era o mesmo há imenso tempo. A sua cabeça não queria pensar em nada. Seria possível isso acontecer?? Não se pensar em nada?? Naaaa... não lhe parecia possível... infelizmente...


"Socorro!!", gritava o seu subconsciente...

domingo, 24 de maio de 2009

Saudades...




Era noite. No céu não se viam as estrelas e a ausência do luar era sentida por quem mais o amava.
Rita estava deitada na sua cama, que ficava perto da janela. Estava sozinha em casa. Não sabia ao certo que horas eram mas isso também não a incomodava. Tinha os estores levantados e a cortina afastada, de modo a poder ver a escuridão do exterior. Houvera um apagão na região onde morava, portanto, lá fora estava escuro como breu. O rádio passava músicas calmas. Flightless Bird era o que estava a ouvir naquele momento.
De repente, um barulho ensurdecedor, vindo do exterior, interrompeu toda a paz. Começara a chover torrencialmente. Levantou-se num pulo, dirigiu-se à janela e ficou a comtemplar a água a cair.
Todo aquele ambiente... ela adorava-o! Não sabia explicar... Adorava o escuro da noite (embora sentisse falta do luar), gostava do som dos pingos da chuva a baterem o solo, o vento a soprar,... Por momentos, imaginou como seria sair à rua naquelas condições: fechar os olhos, levantar a cabeça, e deixar que a água lhe purificasse o corpo e, mais importante que tudo, a alma. Não conseguia dizer porquê mas não se sentia bem consigo mesma. Sentia-se suja, sem razão aparente para que tal acontecesse. Não gostava do que tinha sido até então, não gostava do que era. E esperava que a água que jorrava do céu a "lavasse", de modo a poder começar tudo de novo.
Acordou do sonho em que se encontrava e caiu na realidade, na pessoa que na verdade era... No rosto ficou estampada uma tristeza que ninguém compreendia, nem ela própria.
Voltou a deitar-se na cama e, ficou novamente, a observar o exterior pelo vidro. Sentia que a sua vida não era completa. Contudo, não sabia o que lhe faltava. Algo dentro de si encontrava-se por preencher, algo dentro de si era um buraco vazio e demasiado profundo para que se lhe coseguisse ver o fim.
Estava extremamente pensativa. Tinha praticamente tudo: a família, que a amava; os amigos, que a adoram; a faculdade, onde até não era assim tão má aluna; o trabalho, onde era respeitada; a música, que era a sua maior paixão... Então, o que lhe faltava?? Ninguém compreendia, muito menos ela.
Aos poucos foi percebendo... a família, ou grande parte dela, estava longe e Rita sentia imensas saudades; os verdadeiros amigos eram escassos e estava com eles demasiado pouco tempo; na faculdade não atingia os resultados que pretendia e que lhe eram esperados por algumas pessoas; estava sempre, sempre cansada no trabalho; e, por vezes, faltava-lhe a paciência que deveria ter para a música. Reflectiu até que ponto não estaria a ser tonta... Sentiu-se corar por estar a pensar assim. Afinal, que idade tinha?? Oito anos?!
Gostar de si própria, era isso que lhe faltava. Apesar de ter pouca idade, já tinha ouvido e vivido situações nada agradáveis, que magoam e deitam uma pessoa abaixo. Costumavam dizer-lhe que era uma boa menina e, com base nisso, não considerava que merecesse ter passado por tudo o que já lhe acontecera.
Era tardíssimo. No entretanto, parara de chover. Deixou-se continuar estendida na cama. Gostaria de voltar a ser pequena. Era tudo tão simples nessa fase. A inocência, a ingenuidade, a visão de falta de maldade no mundo... Que saudades de ser assim... Não ter grandes responsabilidades, ter quem nos pegue ao colo e nos abrace, não ter de fingir que não se está a chorar...
Naquela noite, Rita encontrava-se nostálgica... Aquele seu estado resumia-se a saudades... muitas saudades...