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Gosto de escrever pois a sensação de liberdade quando o faço é indescritível. Escrevo o que sinto, o que penso, o que gostaria que acontecesse. Isto significa que os meus textos são imaginados, contudo, possuindo o seu quê de verdade. I hope that you like it**

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Luta Eterna **




O corpo sente-se cansado. Aliás, chegou ao limite máximo da exaustão. A alma, essa, esta duas ou três ou quatro vezes pior.
Os dias vão passando e nada acontece. Os desafios que surgem são os de sempre, os obstáculos a ultrapassar são os do costume. As surpresas escasseiam e parece que assim não faz sentido viver.
Wallace diz que “ Todos os homens morrem. Mas nem todos os homens vivem”. A vida tem de ser aproveitada até ao infinito e devemos tirar o maior partido dela. E fazemos isso como? O caminho para o trabalho é o de sempre, as pessoas no comboio nunca mudam, os livros falam todos dos mesmos temas, a televisão só passa horrores e fofocas, a rádio não varia a música, os jornais já só servem para por no chão quando o local onde nos vamos sentar está sujo. Assim é complicado.
Quanto mais trabalho se tem, parece que mais nos abstraímos destas monotonias. Mas afinal, trabalhamos para quê? Para obter a satisfação profissional e, consequentemente, a pessoal? Para amealhar dinheiro para o futuro e vivermos uma reforma confortável? E é só na 3ª idade que vamos começar a viver? Até lá, trabalhamos no duro, sem distracções, sem lazer, sem surpresas?
Surpresas… todos gostamos delas e todos as esperamos, ou não é? Não é tão agradável quando um amigo aparece de repente só para nos dar um abraço? Ou quando aquela pessoa especial entra pela porta sem contarmos com isso? Ou quando uma criança que vemos na rua, simplesmente olha para nós, sorri e diz “olá”?
São as pequenas surpresas, os mais sublimes pormenores que tornam a nossa vida magnífica e com vontade de a vivermos.
O povo diz que “A vida são dois dias” e, cada vez mais, desperdiçamos este bem único que, até que provem o contrário, aparece uma vez e não dá novas oportunidades. Estamos neste mundo só de passagem. Devemos fazer com que valha a pena, não é?
Esta é uma conversa supérflua? Ou faz sentido?
O segredo está em equilibrar tudo. Trabalhar nem muito nem pouco, brincar o quanto baste, mas sorrir sempre. Ai, o sorriso. Tem poderes mágicos. Sem que nada o faça prever, um sorriso leva a um turbilhão de emoções. A mim provoca alegria, felicidade. É o maior gesto de ternura e carinho que existe. Ver alguém sorrir deixa-me nas nuvens. Gosto do sorriso malandro de uma criança, gosto do sorriso quente de um bebe, gosto do sorriso matreiro dos brincalhões, gosto do sorriso vitorioso dos orgulhosos, gosto do sorriso apaixonado dos sonhadores, gosto do sorriso de satisfação dos audazes, gosto do sorriso choroso de quem não cabe em si de contente, gosto do sorriso divertido das parvoíces, gosto do sorriso doce dos ternurentos, gosto do sorriso iluminado dos felizes, gosto do sorriso dos olhos quando os lábios não podem sorrir. Um sorriso é tudo e pode mudar o nosso dia, pô-lo às avessas. O problema é que nem sempre a vontade de sorrir aparece. O coração pode estar demasiado ferido. O corpo pode estar em mau estado. A alma pode estar macerada. Nestas situações, como é possível pôr os lábios ou os olhos a brilharem? Tenta-se. Nunca se desiste. Este é o princípio. Lutar sempre pelos nossos sonhos, pelas nossas vontades. Nunca desistir sem, pelo menos, ter tentado. Não há decepção mais frustrante do que não tentar, não lutar.

Um Mundo Ideal... (parte III)



Era Inverno e o frio fazia-se sentir. O País enfrentava uma vaga gelada, que fazia algumas cidades apresentarem graus negativos.
João voltou àquele pedaço de paz, após cinco meses de ausência. Mas, desta vez, a sensação de lá voltar era outra. O verde abundante, presente no Verão, desaparecera, dando lugar aos tons castanho, amarelo e dourado. A maioria das árvores deixara de ter aquela ramagem espessa e que tanta sombra fazia nos meses quentes, para ser substituída por ramos despidos. Apenas os pinheiros, que possuíam folha permanente, continuavam com as suas agulhas verdes e bonitas. Os caminhos encontravam-se, agora, mais ao descoberto, por já não haver tantos arbustos nem folhagem que os escondessem. O sol brilhava, apesar de ser com menos intensidade. Estava um dia agradável.
Ao passar junto a uns lagos, João deparou-se com patos e pombos que, teimosamente, insistiam em ser os exploradores anuais daquele sítio. Com o frio e o tempo do trabalho, as pessoas deixavam de frequentar aquele espaço.
O rapaz sentou-se num banco de pedra, frio, a contemplar. Olhava para as poucos pessoas que passavam; via, na água os patos a nadarem e os pombos a fazerem a sua higiene e, perguntava-se, como seria possível, não terem frio ao contactarem com a água gélida; sentia o mesmo vento que, suavemente, agitava os ramos nus; observava as folhas douradas, caídas no chão de pedra, na relva, na água. À sua frente passou um pato colorido. A cabeça era verde, com o bico amarelo, o pescoço castanho, o resto do corpo bege, as penas do rabo eram pretas e as asas possuíam somente uma pena de tonalidade roxa, que se distinguia facilmente de todas as outras. Passeava pelo passeio como gente grande, como o verdadeiro “Rei da zona”. Parou e debicou umas bagas pretas, caídas de uma árvore próxima e, continuou o seu caminho.
Aquele lugar era sublime, tanto no Inverno como no Verão. Tinha sempre o seu vestígio de magia. João pôs-se a caminho mas fez nova paragem junto ao anfiteatro. O senhor que, há uns meses atrás, via dormir num banco acima do seu, não estava lá, tal como tantas outras pessoas que agora, por causa do medo do frio ou do trabalho, não se viam.
Perto do palco passeava uma dúzia de pombos. Caminhavam para trás e para a frente, sem saberem muito bem para onde ir. De repente, e vindo sabe-se lá de onde, apareceu um gato, avançando elegantemente para as aves. Ao pressentirem e avistarem o perigo, levantaram voo num alvoroço espectacular que, só quem viu, é que ficou fascinado. Um melro preto e de bico laranja passou velozmente por todos os bancos e, logo de seguida, voou. A grande árvore que fazia sombra sobre uma das bancadas, estava completamente nua, sendo possível observar todos os ramos e raminhos que, normalmente, não se viam.
Sobre o palco apareceram uns patos, que ocupavam todo o espaço cénico como actores profissionais, contracenando numa peça que só eles entendiam.
Aquele lugar era único.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Alguém me ajuda a responder-lhe?? **


"Eu não tenho medo de nada!! Até porque eu não me apaixono!!". Estas das frases foram proferidas por ela. Estava na flor da idade, 20 aninhos, julgava-se dona de si mesma e do mundo e, pelos vistos, o medo também não fugia ao seu controlo. O medo, o sentimento que mais desnorteia uma pessoa, tanto ou mais que o próprio amor. Ela conseguiu juntar duas mentiras em tão poucas palavras...

Na verdade, ela estava em pânico. Tinha medo, muito medo, de tudo, de todos, de si própria. Vivia constantemente com receio de falhar, de que falhassem com ela, com receio de se magoar, de que a magoassem, de magoar os outros.


O medo consegue controlar a nossa vida? Até que ponto?
Somos capazes de permitir ou não que o medo comande a nossa forma de viver?


Apaixonar-se?! Ela passava a vida apaixonada. E sabe todas as consequências que isso lhe traz. Por isso, não se quer apaixonar. Por isso, nega que se apaixona com todas as forças que tem e que não tem.


Quais os benefícios e quais os prejuízos de nos apaixonarmos?
É algo bom? É algo mau?


Eu queria saber dar-lhe todas as respostas a estas questões. Mas é tudo tão complexo...



Alguém me ajuda a responder-lhe?? **