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Gosto de escrever pois a sensação de liberdade quando o faço é indescritível. Escrevo o que sinto, o que penso, o que gostaria que acontecesse. Isto significa que os meus textos são imaginados, contudo, possuindo o seu quê de verdade. I hope that you like it**

sábado, 11 de julho de 2009

Meninices...



Entrei na secretaria, que ficava no primeiro piso. Estavam três pessoas à minha frente, para serem atendidas. Pus-me na fila e, em pé, esperei pela minha vez. Ao meu lado esquerdo estavam uma mãe, sentada numa cadeira, e a filha que, pela sala, brincava com um balão verde. Trazia um vestido branco, com motivos florais de cores vermelhos e verdes, que lhe chegava aos tornozelos. Aparentava ter dois anos, idade que confirmei mais tarde numa conversa que ouvi, entre a mãe da menina e a senhora ao balcão. Pegava no balão e atirava-o para uma bancada de chapa, pregada à parede, que continha panfletos. O balão escorregava e a criança voltava a apanhá-lo e a lançá-lo. Era fascinante ver a alegria e ouvir a gargalhada doce daquela menina, sempre que o balão caía. Aquilo dava-lhe um gozo enorme. E era muito agradável sentir o prazer que aquela situação lhe proporcionava. É tão bom ser criança! As mais pequenas e insignificantes coisas fazem-nos felizes nessa altura da nossa vida. Tudo o que é simples é o que nos diverte. Tudo o que a um adulto é desprezável, a uma criança permite um momento de satisfação. Quem me dera ser para sempre criança...
A certa altura, a mãe chamou-a. Filha, anda cá, pára com isso, brincas com o balão no carro. Logo de seguida ouviu-se uma voz masculina, Deixa a miúda!, e a criança continuou a brincadeira. Sorri, perante tudo aquilo. Por vezes, os meus pais eram assim. Não devido às minhas brincadeiras com balões que, infelizmente, a sociedade e o tempo não mo permitem pois não fica bem a uma jovem da minha idade, mas sim perante outros jogos e diversões.
A menina não abdicava do seu momento de felicidade e continuava a diversão. De repente, o balão ficou preso e não caíu. Voltou-se muito rápido para a mãe e soltou um ohhh! de excalmação, pedindo-lhe que lhe devolvesse o brinquedo. A mãe chamou-a e disse-lhe que só lhe dava o balão se ela a deixasse tirar a chave que a pequena trazia ao pescoço. Ela assentiu imediatamente e, com os seus bracitos frágeis, tentou retirá-la. Enquanto crianças, as chantagens não têm qualquer efeito em nós, fazemos tudo o que nos pedem se em troca tivermos o que queremos. A mãe levantou-se e deu-lhe novamente o balão, após guardar a dita chave. E a paródia voltou. Ao fim de um tempo, a gaiata agarrou o balão e olhou para mim. Sorri-lhe e ela fez o mesmo, atirando-me, nesse momento, o balão. E brincámos. O restante tempo que estive à espera diverti-me com ela. Sorri de cada vez que ela ria por estar contente, sorri ao ouvir cada gargalhada, sorri de cada vez que o balão fugia para trás dela e a pequena não o alcançava, sorri de cada vez que tive de me baixar para chegar ao balão, sorri porque me senti pequena outra vez.

São os pormenores que fazem a diferença. Basta um sorriso, uma gargalhada, uma manifestação de felicidade dos que me rodeiam e eu sou feliz.

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